EX PASTOR DAN BARKER.
NÃO DEIXE
NENHUMA PEDRA DESVIRADA UM DESAFIO DE
PÁSCOA
PARA OS CRISTÃOS
desafio de páscoa para os Cristãos.
Meu
desafio é simplesmente esse: diga-me o que aconteceu na Páscoa. Não estou
pedindo
provas. Meu pedido franco é meramente que os Cristãos digam-me
exatamente
o que aconteceu no dia em que a doutrina mais importante para eles
nasceu.
Os Crentes devem ansiosamente aceitar este
desafio, já que sem ressurreição,
não há
Cristianismo.
Paulo escreveu, "E, se Cristo não foi
ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim
somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a
Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são
ressuscitados." (1º Coríntios
15:14-15)
As
condições do desafio são simples e justas. Em cada um dos quatro
Evangelhos,
comece na manhã de Páscoa e leia até o fim do livro: Mateus 28,
Marcos
16, Lucas 24 e João 20-21. Leia também Atos 1:3-12 e a pequena versão de
Paulo da
história em 1º Coríntios 15:3-8. Estes 165 versos podem ser lidos em
alguns
momentos.
Então, sem omitir nenhum detalhe destes
depoimentos separados,
escreva
uma narrativa simples e cronológica dos eventos entre a ressurreição e a
ascensão:
o que aconteceu por primeiro, por segundo, e assim por diante; quem
disse o
que, e onde estas coisas aconteceram.
Já que os Evangelhos nem sempre dão as horas
exatas do dia, é permitido dar
chutes
educados. A narrativa não precisa tentar apresentar um quadro
perfeito--ela
apenas precisa dar ao menos um relato plausível de todos os fatos.
Explicações
adicionais da narrativa podem ser postos em parênteses.
A condição mais importante para o desafio,
porém, é que nenhum detalhe bíblico
seja
omitido.
Justo o suficiente?
Eu mesmo
tentei este desafio. Eu falhei. Um ministro da Assembléia de Deus
com o
qual eu estava debatendo alguns anos atrás em um show de rádio da Flórida
proclamou
sonoramente no ar que ele iria me mandar uma narrativa em alguns dias.
Eu estou
ainda esperando.
Depois do meu debate na Universidade de
Wisconsin,
"Jesus
de Nazaré: Messias ou Mito", um estudante graduado Luterano me disse que
aceitava
o desafio e estaria me contatando em cerca de uma semana. Eu não recebi
nada
dele.
Ambas
estas pessoas, e outras, aceitaram que o pedido era justo e
crítico.
Talvez eles leiam devagar.
Muitas
estórias bíblicas são relatadas apenas uma ou duas vezes, e por isso
são
difíceis de confirmar.
O autor de Mateus, por exemplo, foi o único
a
mencionar
que na crucificação pessoas mortas emergiram dos túmulos de Jerusalém,
caminhando
por aí se mostrando para os outros--um evento fantástico que
dificilmente
poderia escapar dos relatos do outros escritores dos Evangelhos, e
outros
historiadores do período.
Mas mesmo que o silêncio dos outros possa
enfraquecer
a veracidade da estória, não a desmente. A refutação vem com
contradições.
Thomas
Paine atacou este assunto duzentos anos atrás em A Idade da
controvérsia, sobre dezenas de discrepâncias
do Novo Testamento:
"Eu
deixo isto em uma posição que não pode ser controvertida," ele
escreveu,
"primeiro, que a concordância entre todas as partes da história não prova
que a estória é verdadeira, por que as partes podem concordar e o conjunto pode
ser falso; segundo, que a não-concordância das partes da estória prova que
o conjunto não pode ser verdadeiro."
Já que a
Páscoa é contada por cinco escritores diferentes, isto dá uma das melhores
chances para confirmar ou refutar o relato. Os Cristãos devem ficar felizes com
a oportunidade.
Um dos
primeiros problemas que achei está em Mateus 28:2, depois que duas mulheres
chegam na sepultura: "E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo
do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado
sobre ela.
"
(Vamos ignorar o fato que nenhum outro escritor mencionou este "grande
terremoto.") Esta estória diz que a pedra foi removida depois que as
mulheres chegaram, na presença delas.
Já o
Evangelho de Marcos diz que isto aconteceu antes da chegada das
mulheres: "E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do
sepulcro? Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande,
já estava revolvida."
Lucas
escreve: "E acharam a pedra revolvida do sepulcro." João concorda.
Sem terremoto, sem pedra rolando. É três votos contra um: Mateus perde. (Ou
então os outros três estão errados.) O evento não pode ter acontecido antes e
depois que elas chegaram.
Alguns
defensores da bíblia afirmam que Mateus 28:2 foi planejado para ser entendido
no passado perfeito, mostrando o que aconteceu antes que as mulheres chegassem.
Mas todas a passagem está no tempo aorístico (passado), e ele é, em contesto,
como um simples relato cronológico. Mateus 28:2 começa,"E eis que
houvera" e não "E houve".
Se este
verso pode ser embaralhado tão facilmente, então o que nos impede de botar a
enchente antes da arca, ou a crucificação antes da natividade?
Outro
problema berrante é o fato que em Mateus a primeira aparição de Jesus
pós-ressurreição para os discípulos aconteceu em uma montanha na Galiléia (não
em Jerusalém, como a maioria dos Cristãos acredita), como predito pelo anjo
sentado na pedra recém-movida: "e ide depressa, e dizei aos seus discípulos
que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galiléia; ali o
vereis.
"
Isto deve ter sido de suprema importância, já que esta era a mensagem de Deus
através do(s) anjo(s) na sepultura. Jesus até predisse isto seis horas antes,
durante a Última Ceia (Mateus 26:32)
Depois de
receber esta mensagem angelical, "Partiram, pois, os onze discípulos para
a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara.
Quando o
viram, o adoraram; mas alguns duvidaram." (Mateus 28:16-17) Lendo isto
literalmente, e em contexto, é claro que Mateus intente que esta seja a
primeira aparição. Se Jesus tivesse sido visto antes disso, porque alguns
duvidariam?
Marcos
concorda com o relato de Mateus sobre a mensagem dos anjos sobre Galiléia, mas
conta uma estória diferente sobre a primeira aparição.
Lucas e
João relatam mensagens diferentes dos anjos e então contradizem radicalmente
Mateus. Lucas mostra a primeira aparição na estrada para Emaús e então em uma
sala em Jerusalém. João diz que isto aconteceu mais tarde, naquela noite em uma
sala, menos Tomé.
Estas
mensagens angelicais, localizações e viagens durante o dia são impossíveis de
reconciliar.
Os
crentes algumas vezes usam a analogia de cinco homens cegos examinando um
elefante, todos vindo com uma definição diferente: tronco de uma árvore
(perna), corda (cauda), mangueira (tromba), muro (lado) e pano (orelha).
Pessoas que usam este argumento esquecem que
cada um dos homens cegos estava errado: um elefante não é uma corda ou uma
árvore. Você pode por as cinco partes juntas e chegar a um agregado
não-contraditório do animal inteiro. Isto não foi feito com a ressurreição.
Outra
analogia usada algumas vezes pelos defensores da fé é comparar as contradições
da ressurreição com relatos de testemunhas de um acidente de carro. Se uma
testemunha disse que o veículo era verde e a outra disse que era azul, isto
pode ser explicado por ângulos diferentes, luminosidade, percepção, ou outras
definições. A coisa importante, eles afirmam, é que eles concordam no básico da
estória--houve um acidente, houve uma ressurreição.
Não sou
um fundamentalista literal. Não estou querendo que os evangélicos tenham sido
testemunhas infalíveis. (De qualquer maneira, nenhum deles afirma ter estado no
sepulcro.) Mas e se uma pessoa disser que o acidente aconteceu em Chicago e a
outra disse que aconteceu em Milwalkee? Ao menos uma dessas testemunhas tem
sérios problemas com a verdade.
Lucas diz
que a aparição pós-ressurreição aconteceu em Jerusalém, mas Mateus diz que ela
aconteceu na Galiléia, entre sessenta e cem milhas de distância! Será
que eles poderiam ter viajado 150 milhas naquele dia, a pé, marchando até
Galiléia para a primeira aparição e depois voltar a Jerusalém para a janta?
Não há
menção de cavalos, mas doze puros-sangues bem tratados correndo a uma
velocidade perigosa, a mesma que o corvo voa, iriam precisar de cerca de cinco
horas para a viagem, sem descansar. E durante este cenário excêntrico, poderia
Jesus ter achado tempo para um passeio para Emaús, aceitando, "perto da noite"
um convite para jantar? Tem alguma coisa está errada aqui.
Este é
apenas a ponta do iceberg. Claro, nenhuma destas contradições prova que a
ressurreição não aconteceu, mas elas criam uma dúvida considerável na
confiabilidade das supostas testemunhas. Algumas delas estavam erradas. Talvez
todas elas estivessem erradas.
Este
desafio poderia ser mais difícil. Eu poderia pedir porque relatos de seres
sobrenaturais, desaparecendo e materializando-se do nada, defuntos mortos há
muito tempo voltando à vida e pessoas levitando devem ser considerados
seriamente. Thomas Paine foi um dos primeiros a apontar que afirmações
excessivas requerem provas excessivas.
Protestantes
e Católicos não parecem ter problemas em aplicar um ceticismo saudável sobre os
milagres do Islã, ou à visita "histórica" entre Joseph Smith e o anjo
Moroni.
Por que os Cristãos devem tratar suas
afirmações exorbitantes de modo diferente? Por que alguém que não estava lá é
mais ávido em acreditar do que Tomé, que viveu durante aquele tempo, ou os
outros discípulos que disseram que as notícias das mulheres sobre o sepulcro
"pareceram-lhes como um delírio as palavras das mulheres e não lhes deram
crédito." (Lucas 24:11)?
Paine
também mostra que tudo na bíblia são rumores. Por exemplo, a mensagem no
sepulcro (se é que realmente aconteceu) tomou este caminho, no mínimo, antes de
chegar aos seus olhos: Deus, anjo(s), Maria, discípulos, autores dos
Evangelhos, transcritores, tradutores. (Os Evangelhos são todos anônimos e nós
não temos versões originais.)
Mas as
primeiras coisas antes: Cristãos, ou vocês me dizem exatamente o que aconteceu
no Domingo de Páscoa, ou vamos apenas deixar o mito de Jesus enterrado perto de
Eastre (Ishtar, Astarte), a Deusa da Primavera pagã através da qual o seu
dia-santo foi nomeado.
***
Aqui
estão algumas das discrepâncias sobre os relatos da ressurreição:
A que
horas as mulheres visitaram o sepulcro?
- Mateus: "quando já
despontava o primeiro dia da semana" (28:1)
- Marcos: "ao levantar do
sol" (16:2)
- Lucas: "bem de madrugada"
(24:1)
- João: "sendo ainda
escuro" (20:1)
Quem eram
as mulheres?
- Mateus: Maria Madalena e a
outra Maria (28:1)
- Marcos: Maria Madalena,
Maria a mãe de Tiago, e Salomé (16:1)
- Lucas: Maria Madalena, e
Joana, e Maria mãe de Tiago; também as outras. (24:10)
- João: Maria Madalena (20:1)
Qual era
seu propósito?
- Mateus: Ver o sepulcro
(28:1)
- Marcos: Já tinham visto o
sepulcro (15:47), trouxeram especiarias (16:1)
- Lucas: Já tinham visto o
sepulcro (23:55), trouxeram especiarias (24:1)
- João: O corpo já tinha sido
tratado antes delas chegar. (19:39,40)
O
sepulcro estava aberto quando chegaram?
- Mateus: Não (28:2)
- Marcos: Sim (16:4)
- Lucas: Sim (24:2)
- João: Sim (20:1)
Quem
estava no sepulcro quando chegaram?
- Mateus: Um anjo (28:2-7)
- Marcos: Um homem jovem
(16:5)
- Lucas: Dois homens (24:4)
- João: Dois anjos (20:12)
Onde
esses mensageiros estavam?
- Mateus: Anjo sentado na
pedra (28:2)
- Marcos: Homem jovem sentado
dentro, na direita (16:5)
- Lucas: Dois homens de pé,
dentro (24:4)
- João: Dois anjos sentando em
cada canto da cama (20:12)
O que
o(s) mensageiro(s) disse(ram)?
- Mateus: "Não temais
vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui,
porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia; e ide
depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que
vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho
dito." (28:5-7)
- Marcos: "Não vos
atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele
ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a
seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia;
ali o vereis, como ele vos disse." (16:6-7)
- Lucas: "Por que buscais
entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos
de como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Importa que o Filho
do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e
ao terceiro dia ressurja." (24:5-7)
- João: "Mulher, por que
choras?" (20:13)
As
mulheres contaram o que aconteceu?
- Mateus: Sim (28:8)
- Marcos: Não. "e não
disseram nada a ninguém, porque temiam." (16:8)
- Lucas: Sim. "anunciaram
todas estas coisas aos onze e a todos os demais." (24:9,22-24)
- João: Sim (20:18)
Quando
Maria retornou do sepulcro, ela sabia que Jesus tinha ressuscitado?
- Mateus: Sim (28:7-8)
- Marcos: Sim (16:10,11)
- Lucas: Sim (24:6-9,23)
- João: Não (20:2)
Quando
Maria viu Jesus pela primeira vez?
- Mateus: Antes que ela
retornasse aos discípulos (28:9)
- Marcos: Antes dela retornar
aos discípulos (16:9,10)
- João: Depois dela retornar
aos discípulos (20:2,14)
Jesus
podia ser tocado depois da ressurreição?
- Mateus: Sim (28:9)
- João: Não (20:17), Sim
(20:27)
Depois
das mulheres, para quem Jesus apareceu primeiro?
- Mateus: Onde discípulos
(28:16)
- Marcos: Dois discípulos no
campo, depois para os onze (16:12,14)
- Lucas: Dos discípulos em
Emaús, depois para os onze (24:13,36)
- João: Dez discípulos (Judas
e Tomé estavam ausentes) (20:19,24)
- Paulo: Primeiro a Cefas
(Pedro), depois aos onze. (Onze? Judas estava morto). (1º Corintios 15:5)
Onde
Jesus apareceu primeiro para os discípulos?
- Mateus: Em uma montanha na
Galiléia (a 60-100 milhas de distância) (28:16-17)
- Marcos: Para dois no campo,
para os onze ?reclinados à mesa? (16:12,14)
- Lucas: Em Emaús (a cerca de
sete milhas) à noite, para o resto em uma sala em Jerusalém mais tarde
nessa noite. (24:31,36)
- João: Em uma sala, à noite
(20:19)
Os
discípulos acreditaram nos dois homens?
- Marcos: Não (16:13)
- Lucas: Sim (24-34--é o grupo
falando aqui, não os dois)
O que
aconteceu na aparição?
- Mateus: Discípulos rezam,
alguns duvidam, disse "Vão pregar." (28:17-20)
- Marcos: Jesus os repreendeu,
disse "Vão pregar." (16:14-19)
- Lucas: Cristo incógnito,
desaparecimento, materializou-se do nada, reprimenda, janta (24:13-51)
- João: Passed through solid door, disciples
happy, Jesus blesses them, no reprimand (21:19-23)
Jesus
ficou por um tempo na Terra?
- Marcos: Não (16:19) Comparar
16:14 com João 20:19 para mostrar que tudo foi feito no Domingo
- Lucas: Não (24:50-52) Tudo
aconteceu no Domingo
- João: Sim, ao menos oito
dias (20:26, 21:1-22)
- Atos: Sim, ao menos quarenta
dias (1:3)
Onde
aconteceu a ascensão?
- Mateus: Sem ascensão. O
livro termina na montanha na Galiléia
- Marcos: Em ou perto de
Jerusalém, depois da janta (16:19)
- Lucas: Em Betânia, bem perto
de Jerusalém, depois da janta (24:50-51)
- João: Sem ascensão
- Paulo: Sem ascensão
- Atos: Ascendeu do Monte das
Oliveiras (1:9-12)